sábado, 5 de dezembro de 2009
Utopia
A felicidade em seu rostos era eminente. Parecia a primeira vez que via o mar, mas estava apenas olhando em seus olhos. Como se fosse o natural, e que de fato o seja para todos os amantes, aproximaram-se como se um imã os forçasse a fazê-lo. O sorriso também era natural, a pele queimava em um rubor faceiro quando o esperado aconteceu. Um beijo tão intenso que parecia que beijavam-se pela última vez. Era apenas a primeira. O primeiro de muitos, de muitos daquela noite quente, cuja estação do ano ou temperatura pouco interessava. Infinitamente entrelaçados em um toque de linguas, no ritmo da respiração que ofegava ao faltar o ar. Maldito ar que insiste em acabar e precisa ser retomado. Momento sublime do afastamento das bocas. Frações de segundo que parecem horas. Combustível infinito da retomada à união dos labios. Largaram seus corpos moles na macia espuma que os aguardava ansiosa,ela teve prazer em recebê-los tão intensos. Suas mãos estavam unidas. Tão unidas que força alguma poderia separá-las. Só seriam por vontade mútua, e assim foi. Ela desejava que ele tocasse seu corpo. Ele queria toca-lo e não hesitou. Suas mãos separavam-se suavemente, sendo guiadas puramente por instintos, desciam em direção aos seios que esperavam ardendo, debaixo de todo o pano. Continuou sua trajetória sem fim pelos contornos do que parecia ser a explicação de todo o universo naquela hora.Beijavam-se cada vez mais.A espuma contorcia-se com seus movimentos fortes e abraços calorosos. Eram carne viva, rendidos pelos próprios cheiros e sensações.As paredes acordaram com seus gemidos abafados, espiando invejosas o que desejavam fazer com seus pares. A sincronia era perfeita. Não havia vergonhas. A essa altura não só as paredes, mas todos os móveis assistiam calados a essa manifestação sublime de carinho. A noite parecia infinita em suas poucas horas. Até a lua demorara a ir embora, apreciando estupefata seus delírios conscientes. Eram um com a natureza. Eram um só.Seus corpos cansados, molhados e unidos, agora diminuiam o ritmo de sua música natural. Nele ainda restaram forças para sussurrar no ouvido dela:"C'est pour tenez vous bien,c'est pour vous déclarer, ma flamme et mon chagrin". O que restou depois foi apenas a batida de dois corações, no mesmo compasso, embalando o que viria a ser seu sono, assim como das paredes cansadas, que se pudessem, aplaudiriam o casal, no que ainda restava do luar.
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Pra poupar palavras: que calor.
ResponderExcluirps.: tô muito metida aqui. Hihi :x
ResponderExcluirSéquisso.
ResponderExcluirGostei de ver, atualizando o blog, hã. :D
:*