quarta-feira, 23 de maio de 2012

Se não basta é porque ainda não bastou.


Aproximação e afastamento caminhando lado a lado, face a face, tête-à-tête. Como? Fácil de entender pra quem saboreia o doce que água a boca, impossível pra observador qualquer.
Quanto mais as emoções volviam seus cernes em opostas direções, mais a cama chamava ardendo como única solução. Era diferencial qualitativo das adorações hedonistas que viviam em toda existência que tinham ou insistiam ter, palpite carrasco da cabeça que se ilude racional. Arrastavam-se aos montes de indiferenças, falsas indiferenças regadas a falácias convincentes de quem não se importa em se importar, queima de ciúmes com sorriso estampado e ar blasé.  A pele crescia em sensações ao inverso do quadrado das trivialidades das relações estáveis (que reduziam), arrepiava cada vez mais os poros ansiosos de amantes ensandecidos em lençóis frenéticos, judiava dos valores já esquecidos, mas presentes, em cabeças que se iludiam racionais. Era loucura infiel (se fidelidade existe), das boas, da melhor que tinha e que haveria de provar, justamente pela loucura posta à prova e equilibrada na libido exagerada, no sexo sem nexo algum, regalo de sensações. Piavam em nota só doçuras e inverdades que nem chegavam à meação dos louvores e cânticos abafados dos entrelaces viris e saborosos, quais gula nenhuma aproximaria em prazer. Tête-à-tête, no seio desnudo achava abrigo que findava com a luz do sol e toda sua sociabilidade que não entendia, nem precisava entender que quanto mais inviável era, mais fogoso tornava, mais insuportável parecia, mais caloroso chegava, findava antes mesmo da lenha queimar, gozava de liberdade, libertinagem e tudo mais que só se tem a dois, na cama, não na fama.

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